Caixa Econômica endurece regras para financiamento habitacional com novas exigências de entrada e limites de crédito

Caixa Econômica endurece regras para financiamento habitacional com novas exigências de entrada e limites de crédito

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A partir de sexta-feira (1º), quem financiar imóveis pela Caixa Econômica Federal precisará pagar uma entrada maior e terá acesso a um percentual menor de financiamento sobre o valor do imóvel. O banco reforçou as restrições para concessão de crédito habitacional pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança para financiamentos imobiliários.

Para financiamentos no sistema de amortização constante (SAC), onde as parcelas diminuem ao longo do tempo, a entrada mínima passa de 20% para 30% do valor do imóvel. Já no sistema Price, com parcelas fixas, a entrada exigida sobe de 30% para 50%. O banco permitirá novos financiamentos apenas para clientes que não possuam outros créditos habitacionais ativos com a Caixa.

Além disso, o valor máximo de avaliação dos imóveis financiados pelo SBPE será de R$ 1,5 milhão, independentemente da modalidade. Hoje, o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que oferece juros menores, já limita o financiamento a imóveis de até R$ 1,5 milhão, enquanto o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não possui teto de valor.

De acordo com a Caixa, as novas regras se aplicam apenas a financiamentos futuros e não impactam os empreendimentos já financiados pelo banco. Nesse caso, as condições atuais continuam em vigor. A Caixa detém 70% do mercado de crédito imobiliário no Brasil e 48,3% dos contratos do SBPE.

Em uma nota recente, a Caixa justificou as mudanças devido à expectativa de que sua carteira de crédito habitacional ultrapasse o orçamento aprovado para 2024. Até setembro, o banco liberou R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, representando um crescimento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 627 mil financiamentos. No SBPE, foram R$ 63,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano.

“A Caixa estuda continuamente formas de ampliar o atendimento à alta demanda por financiamentos habitacionais, incluindo discussões com o mercado e o Governo para encontrar soluções que promovam a expansão do crédito imobiliário, tanto pela Caixa quanto por outras instituições do setor”, afirmou o banco em comunicado.

Falta de recursos As novas restrições no crédito habitacional são resultado do aumento nos saques da poupança e das limitações impostas às Letras de Crédito Imobiliário (LCI) aprovadas no início do ano. Sem essas medidas, a Caixa precisaria elevar os juros.

Dados do Banco Central (BC) apontam que em setembro a caderneta de poupança registrou R$ 7,1 bilhões em saques líquidos, marcando o maior volume do ano e o terceiro mês consecutivo de retiradas. Outro fator que levou ao aperto no crédito foi o aumento da procura por linhas da Caixa, impulsionado pela alta das taxas de juros nos bancos privados. Ainda não se sabe se essas mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco terá um novo orçamento para crédito habitacional, ou se algumas dessas medidas se tornarão permanentes no próximo ano.

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