Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Entre os dias 14 e 25 de abril, escolas públicas de 5.544 municípios brasileiros participarão de uma mobilização nacional de vacinação, voltada para crianças e adolescentes de até 15 anos. A iniciativa, que integra o Programa Saúde na Escola (PSE), é promovida pelos ministérios da Saúde e da Educação e tem como objetivo atualizar a caderneta de vacinação dos estudantes.

O lançamento da campanha foi realizado nesta quinta-feira (10), em Brasília, na sede do Ministério da Saúde. A meta do governo federal é vacinar 90% dos alunos das instituições participantes. Segundo a pasta, a ação busca ampliar a cobertura vacinal, prevenir doenças imunopreveníveis, combater a desinformação e conscientizar a população sobre a importância da imunização.

A aplicação das vacinas será feita exclusivamente por equipes do Sistema Único de Saúde (SUS), com autorização prévia dos pais ou responsáveis. As doses poderão ser administradas nas próprias escolas ou em unidades básicas de saúde, caso os estudantes sejam levados pela comunidade escolar.

Os imunizantes ofertados seguirão as recomendações por faixa etária e incluem vacinas contra febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), DTp (tríplice bacteriana), meningocócica ACWY e HPV (Papilomavírus Humano).

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a campanha nas escolas facilita o acesso das famílias à vacinação e fortalece o vínculo entre saúde e educação. “Muitos pais não conseguem ir até a unidade de saúde durante o expediente. Essa ação permite que seus filhos sejam vacinados no ambiente escolar, além de receberem orientações de saúde bucal e mental”, afirmou.

As escolas devem comunicar a data da vacinação com, no mínimo, cinco dias de antecedência, para que os pais possam autorizar a aplicação das doses e enviar a caderneta de vacinação dos filhos. Caso a documentação não seja apresentada, a equipe de saúde poderá entrar em contato com a família para garantir a imunização em outro momento.

Para viabilizar a campanha, o Ministério da Saúde destinou R$ 150 milhões, sendo R$ 15,9 milhões repassados aos estados e R$ 134 milhões aos municípios. Os recursos serão distribuídos conforme o número de escolas, os desafios logísticos e as necessidades locais.

Uma novidade deste ano é que todas as vacinas aplicadas em ambiente escolar ou por encaminhamento das escolas deverão ser registradas na caderneta de vacinação com a indicação “Vacinação Escolar”. O novo modelo de registro permitirá maior controle e avaliação do impacto da campanha.

SAÚDE NA ESCOLA

Criado em 2007, o Programa Saúde na Escola atua com ações integradas nas áreas de vacinação, saúde mental, saúde bucal, atividade física e educação ambiental. Atualmente, o programa alcança 27,8 milhões de alunos de 109,8 mil escolas públicas, o que representa 80% da rede pública brasileira.

Segundo o Ministério da Saúde, as escolas selecionadas para a campanha priorizam comunidades tradicionais e instituições com mais de 50% dos alunos beneficiários de programas de transferência de renda. Do total de escolas participantes, 53,6 mil atendem estudantes do Bolsa Família, 2.220 estão em territórios quilombolas e 1.782 em comunidades indígenas.

Entre 2022 e 2024, o programa registrou avanços significativos nas áreas de saúde mental (77,68%), atividades físicas (73,61%), saúde bucal (67,01%) e verificação da situação vacinal (35,30%).