Comentário: China e EUA precisam de mais interesses comuns nas negociações comerciais

Comentário: China e EUA precisam de mais interesses comuns nas negociações comerciais

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, o representante de Comércio dos Estados Unidos da América (EUA), Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, presidiram em conjunto a 8ª rodada das negociações comerciais entre os dois países entre os dias 28 e 29 em Pequim.

Do inverno à primavera, de Washington a Pequim, as negociações comerciais entre os dois maiores blocos econômicos do mundo já duram quatro meses. Felizmente, as duas partes conseguiram cada vez mais entrar em consenso e avançaram pouco a pouco ao acordo alcançado pelos líderes dos dois países.

As negociações são difíceis, porque por um lado, as diferenças entre os dois países são enormes, e por outro lado, as questões comerciais sino-norte-americanas não são um negócio simples de compra e venda, mas sim, muito mais complicadas.

Mesmo a portas fechadas, muitos detalhes foram revelados. Por exemplo, para poupar tempo desta vez, o banquete de boas-vindas foi cancelado e houve só um jantar de trabalho. Os representantes dos dois países conversaram enquanto comiam. Nos últimos 120 dias, os negociadores trabalharam muito.

No entanto, as tarefas ainda são duras e emergentes, porque os atritos comerciais não só trazem impactos para o comércio bilateral como também prejudicam a economia global. As estatísticas mostram que em janeiro deste ano, o valor das exportações dos EUA para a China foi de US$7,1 bilhões, sendo o menor desde 2010. Nos primeiros dois meses de 2019, o valor total de exportações e importações da China para com os EUA diminuiu 19,9%. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico baixou a perspectiva sobre o crescimento econômico do mundo deste ano de 3,5% para 3,3% devido à tensão comercial entre a China e os EUA.

Neste momento chave, os negociadores precisam achar mais interesses em comum para impulsionar as negociações. A parte norte-americana se preocupa mais com a proteção da propriedade intelectual e os padrões de entrada no mercado chinês. Esses problemas podem ser resolvidos com a reforma e a abertura da China. No Fórum de Boao para a Ásia deste ano, o governo chinês mostrou mais uma vez um sinal de ampliar a abertura.

A próxima rodada das negociações será realizada na semana que vem em Washington. Os negociadores precisam de mais coragem, sabedoria e confiança para conseguirem novos êxitos.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Gabriela Nascimento

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