Comentário: China propõe soluções para “quatro déficits” na governança global

Comentário: China propõe soluções para “quatro déficits” na governança global

Na cerimônia de encerramento do Fórum de Governança Global China-França, ocorrida na terça-feira (26) em Paris, o presidente chinês, Xi Jinping, propôs em seu discurso que é necessário persistir na justiça, equidade, consulta e entendimento mútuo, bem como benefício recíproco e ganho mútuo, para solucionar os déficits de governança, confiança, paz e desenvolvimento.

O mundo está passando por mudanças sem precedentes ao longo do último século. Por um lado, os países emergentes e os países em desenvolvimento contribuem agora em 80% para o crescimento econômico global, representando quase 40% da economia mundial, com uma multipolarização cada vez mais óbvia. Por outro lado, com o aumento do unilateralismo e protecionismo, o multilateralismo e o sistema multilateral de comércio estão sendo afetados. As incertezas no desenvolvimento humano estão aumentando, devido a ameaças à segurança não tradicionais, como o terrorismo, a crise de refugiados e as mudanças climáticas.

Como o líder da segunda maior economia do mundo e do maior país em desenvolvimento, o presidente Xi Jinping proferiu muitos discursos com uma visão profunda e perspectiva de longo prazo sobre a evolução da conjuntura internacional. Ele vem buscando uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, com base em ganho mútuo e compartilhamento.

Segundo Xi Jinping, a chave para resolver o déficit de governança é aderir ao conceito de governança global baseado em consultas, construção conjunta e compartilhamento. A chave para eliminar o déficit de confiança é buscar pontos comuns e respeitar as divergências, além de melhorar a confiança mútua estratégica por meio de diálogos. A solução para o déficit de paz é defender o novo conceito de segurança, abandonando as mentalidades da Guerra Fria e do jogo de soma zero. Ao mesmo tempo, para resolver o déficit de desenvolvimento, é necessário persistir na inovação e justiça.

O “déficit de confiança” foi proposto pela primeira vez. Tanto os crescentes atritos comerciais globais quanto os constantes conflitos geopolíticos são resultado da falta de confiança. A esse respeito, o presidente Xi Jinping apelou em Paris pela prioridade ao respeito e confiança mútuos, bem como mais diálogos entre as civilizações.

O discurso de Xi Jinping em Paris foi aplaudido pelos líderes europeus que participaram da cerimônia de encerramento. O presidente francês Emmanuel Macron disse na rede social que a União Europeia (UE) e a China devem cooperar para enfrentar os desafios globais. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,disse que tanto a Europa quanto a China têm vontade de reforçar a parceria.

A chanceler alemã, Angela Merkel, propôs a realização de uma reunião de líderes dos países europeus e da China no próximo ano. Ela disse que a Alemanha e a China têm amplos interesses em comum. A Alemanha está disposta a participar do segundo Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional. Merkel espera aproveitar ao máximo as oportunidades de mercado trazidas por uma maior abertura da China. Segundo o vice-ministro italiano do Desenvolvimento Econômico, Michele Geraci, dois países do G7 seguirão a Itália para se juntar à iniciativa do Cinturão e Rota.

A humanidade está agora encarando escolhas entre cooperação e hostilidade, assim como abertura e fechamento. A UE está avançando na direção certa.

Tradução: André Hu

Revisão: Erasto Santo Cruz

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