Comentário: Macron quer desafiar o dilema europeu e liderar com iniciativas

Comentário: Macron quer desafiar o dilema europeu e liderar com iniciativas

O presidente da França, Emanuel Macron, fez um discurso recentemente na conferência dos diplomatas franceses no exterior, no qual expressou sua opinião quanto às questões internacionais e às respectivas respostas. Ele pediu, também, um esforço conjunto na União Europeia com base na aliança, na visão compartilhada de valores e nos interesses comuns. O discurso foi considerado por analistas como um anseio francês de liderar a União Europeia a sair da atual passividade em meio à tensão com os EUA.

Macron disse que o multilateralismo global e a União Europeia encontraram uma crise sem precedente, em decorrência da insistência da administração Trump no unilateralismo e na quebra da aliança EUA-Europa.

No discurso, Macron criticou as medidas unilaterais dos EUA, mas reiterou a importância de continuar a manter diálogos com Trump. Ele elogiou a participação ativa da China no multilateralismo mas expressou também uma atitude cética sobre a intenção chinesa no relacionamento multilateral. No discurso, o presidente francês listou uma série de êxitos registrados pelo país nas áreas de proteção ambiental, educação, saúde e segurança, além de prever um futuro ainda mais promissor para o país.

Em relação à governança global, Macron disse que a iniciativa chinesa do Cinturão e Rota tem certa vantagem para a estabilidade regional e uma positiva visão global. Segundo ele, é necessário para a França manter um diálogo construtivo com o país asiático. No entanto, Macron ainda possui dúvidas quanto à China, seu importante parceiro na promoção do multilateralismo.

A França, embora seja ambiciosa em liderar a Europa para um futuro brilhante, não consegue fugir do conceito de “agrupamento ocidental e oriental”, fator que limita a França no seu intuito de fazer a diferença na Europa. Apesar disso, a China acredita que a cooperação sino-europeia será ainda mais reforçada, uma vez que ela favorece a defesa do sistema multilateral internacional e a saída europeia do estado passivo.

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