Escolas do Rio terão aulas híbridas e sistema de rodízio entre alunos

Escolas do Rio terão aulas híbridas e sistema de rodízio entre alunos

Colégio Marista se prepara para a volta as aulas, com distância maior entre as cadeiras e menos alunos em sala Foto: Roberto Moreyra / Extra

 

A Prefeitura do Rio lançou ontem um protocolo para a retomada das atividades em sala de aula que, além das “regras de ouro”, como disponibilização de álcool gel e máscaras, mexe com o funcionamento das escolas públicas e particulares. Entre outras medidas para evitar o coronavírus, o texto prevê que as unidades redimensionem suas salas, garantindo dois metros ou quatro metros quadrados entre os alunos, e evite o acesso de pais e responsáveis, exceto para reuniões agendadas.

Ontem, uma reunião entre o prefeito Marcelo Crivella e representantes de escolas privadas acabou sem consenso sobre a data de reabertura. Na quinta-feira, haverá novo encontro. Colégios ouvidos pelo EXTRA dizem que já estudam um sistema de rodízio em que as turmas seriam divididas: metade estudaria segunda, quarta e sexta e a outra metade, terça e quinta. Os dias de aula seriam invertidos na semana seguinte para que os alunos tenham acesso ao mesmo conteúdo.

O Colégio Franco-Brasileiro está com um planejamento pronto, mas há resistência de pais à volta antes que a pandemia da Covid-19 esteja controlada. A diretora, Celuta Reissmann, disse que uma pesquisa feita com pais apontou que cerca de 70% têm medo:

— Para o ensino médio, é mais fácil. A questão são os pequenos, que se abraçam, se beijam. Como controlá-los? — diz ela, acrescentando que uma saída seria criar um sistema híbrido, com aulas presenciais e online.

Apesar de a Secretaria municipal de Educação defender adiamento do prazo, Crivella, na semana passada, afirmou que pretende reabrir as unidades da rede no início de agosto. Ele tenta um acordo para que a rede privada retome o funcionamento em meados de julho.

O protocolo para ensinos fundamental e médio, divulgado ontem, prevê orientações gerais, regras de limpeza e desinfecção, para a entrada e saída da escola, dimensionamento de ambientes, atividades educativas, esportivas e culturais e áreas de lazer e salas compartilhadas.

De forma geral, o município defende a volta gradual, com a manutenção de atividades remotas para alunos e professores de grupos de risco. Os estabelecimentos devem evitar aulas em ambientes pequenos, prover álcool gel e máscaras — professores e funcionários devem trocá-las a cada três horas. A equipe deve usar EPIs, as salas devem ser higienizadas com mais frequência e o uso de material compartilhado deve ser evitado. Além disso, os horários de entrada e saída das turmas não podem coincidir.

Um capítulo específico para creches e escolas de educação infantil lista as mesmas recomendações, com adaptações, como álcool gel instalado de forma a ser alcançado por crianças a 1,30 e 1,40 metro. Creches que não forneçam alimentação devem higinenizar as embalagens com comida enviadas pelos pais. Parquinhos, brinquedotecas e bibliotecas devem permanecer fechados.

Como as regras valem para as redes particular e pública, a prefeitura informou que dará início à testagem de seis mil merendeiras do municípios. No protocolo, está previsto que até os temperos devem ser servidos aos alunos em sachês para uso individual. Para o coordenador-geral do Sindicato estadual dos Profissionais de Educação do Rio, Gustavo Miranda, as escolas públicas terão dificuldade para cumprir os protocolos.

— A escola pública não tem arejamento razoável, muitas crianças não têm nem mesmo duas peças de roupa para levar na mochila (previsto no protocolo para crianças menores) — observa Miranda.

Ao deixar ontem a reunião com representantes de escolas privadas, Crivella disse que a proposta feita pela prefeitura, para reinício em 15 de julho, não foi aceita e que pela categoria, cujo sindicato é contra a volta das aulas:

— O sindicato dos professores diz que, se for voluntário (o retorno ao trabalho), o dono da escola vai obrigar o professor a ir. É voluntário, mas se você não vier vai para a rua. É o que eles afirmam.

Professor e diretor de planejamento do Colégio pH, Vicente Delorme diz que um dos pontos mais importantes é permitir aulas remotas para alunos e professores de grupos de risco:

— Agora, podemos organizar a aula presencial e garantir aulas virtuais para os que vão permanecer em casa. Os professores de grupo de risco vão poder continuar dando aula de casa.

Obstáculos na rede pública

Como as regras valem para as redes particular e pública, a prefeitura informou que dará início à testagem de seis mil merendeiras do municípios. No protocolo, está previsto que até os temperos devem ser servidos aos alunos em sachês para uso individual. Para o coordenador-geral do Sindicato estadual dos Profissionais de Educação do Rio, Gustavo Miranda, as escolas públicas terão dificuldade para cumprir os protocolos.

— A escola pública não tem arejamento razoável, muitas crianças não têm nem mesmo duas peças de roupa para levar na mochila (previsto no protocolo para crianças menores) — observa Miranda.

Ao deixar ontem a reunião com representantes de escolas privadas, Crivella disse que a proposta feita pela prefeitura, para reinício em 15 de julho, não foi aceita e que pela categoria, cujo sindicato é contra a volta das aulas:

— O sindicato dos professores diz que, se for voluntário (o retorno ao trabalho), o dono da escola vai obrigar o professor a ir. É voluntário, mas se você não vier vai para a rua. É o que eles afirmam.

Professor e diretor de planejamento do Colégio pH, Vicente Delorme diz que um dos pontos mais importantes é permitir aulas remotas para alunos e professores de grupos de risco:

— Agora, podemos organizar a aula presencial e garantir aulas virtuais para os que vão permanecer em casa. Os professores de grupo de risco vão poder continuar dando aula de casa.

Algumas medidas previstas no protocolo

– Permitir o retorno gradual às aulas presenciais, mantendo atividades remotas de forma a controlar o número de alunos no ambiente escolar.

– Manter as atividades remotas para alunos e professores dos grupos de risco e para os alunos/responsáveis que não se sintam seguros em retornar às aulas.

– As salas de aula devem ser redimensionadas, de forma a se respeitar o distanciamento de 2m ou de 4m² por pessoa em todas as atividades presenciais.

– Reorganizar as turmas, reduzindo o número de alunos, promovendo o rodízio com oferta de atividades remotas.

– Evitar atividades presenciais em espaços pequenos, utilizando sempre que possível locais abertos.

– Parquinhos, brinquedotecas e bibliotecas devem ser mantidos fechados até liberação de espaços públicos similares.

– Restringir o uso de objetos que possam ser compartilhados pelos alunos (brinquedos, materiais educativos, livros, colchonetes e outros).

– Incentivar a lavagem das mãos de alunos, professores e colaboradores logo ao chegar.

– Disponibilizar dispensadores de álcool gel 70% em todos os espaços físicos.

– Bebedouros de uso direto não são recomendados. Devem ser oferecidos copos descartáveis.

– Aumentar a frequência de higienização (a cada três horas) das áreas de maior circulação, incluindo os banheiros, salas de aula, refeitórios e demais áreas de alimentação.

– Programar rotina de desinfecção com álcool 70% de objetos, superfícies e itens que têm grande contato manual, seja por colaboradores ou alunos, tais como carteiras, mesas, cadeiras, teclados, maçanetas, corrimão, itens compartilhados.

– Promover o escalonamento de entrada e saída dos alunos.

– Não permitir a saída simultânea de diferentes turmas.

– Aferir a temperatura de alunos e funcionários no acesso. Se a temperatura for superior a 37,5ºC não pode entrar.

 

Fonte: extra.globo.com

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