Feitos de mulheres na sociedade serão destacados em currículos escolares.

Feitos de mulheres na sociedade serão destacados em currículos escolares.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Os currículos escolares serão reformulados para dar maior destaque às contribuições de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política. Essa mudança está prevista no Projeto de Lei (PL) 557/2020, que estabelece a obrigatoriedade de incluir abordagens femininas nos currículos educacionais e institui a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História. O projeto, aprovado nesta terça-feira (10) pelo Senado, segue agora para sanção presidencial por Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), introduzindo novas diretrizes para os conteúdos do ensino fundamental e médio em escolas públicas e privadas. Um dos trechos do projeto afirma que o objetivo da inclusão dessas abordagens femininas é recuperar as contribuições, vivências e conquistas das mulheres em diversas áreas do conhecimento e da sociedade.

Entre os motivos para a aprovação do projeto, destaca-se a baixa representatividade feminina no meio científico, causada por preconceitos e pela falta de incentivo para que as mulheres ocupem esses espaços.

A senadora Soraya Tronicke (Podemos-MS), relatora do projeto, ressaltou que, quando as mulheres são mencionadas em materiais didáticos, muitas vezes são retratadas em papéis de gênero tradicionais, reforçando estereótipos patriarcais. Ela também mencionou a marginalização e a exclusão das mulheres dos livros de história.

Segundo a senadora, estereótipos afetam as decisões de meninas desde os seis anos de idade, desestimulando-as a explorar certas disciplinas, o que contribui para a baixa presença feminina em carreiras de destaque. Tronicke também observou que muitas descobertas e realizações, frequentemente atribuídas a homens, contaram com a participação de mulheres cujos nomes foram apagados da história.

O projeto, segundo a relatora, ajudará a promover uma educação mais equitativa, eliminando estereótipos de gênero e incentivando a maior presença feminina em áreas onde ainda há sub-representação, como a política, física, filosofia e matemática.

A Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História será comemorada anualmente, na segunda semana de março, nas escolas de educação básica. Tronicke concluiu afirmando que uma maior representação das mulheres nos campos de decisão trará uma diversidade de perspectivas, favorecendo a formulação de políticas públicas mais inclusivas para a sociedade.

 

Fonte: Agência Brasil

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