Mercado reduz estimativa de inflação pela 7ª vez seguida

Mercado reduz estimativa de inflação pela 7ª vez seguida

Ilton Rogério / Getty Images

 

São Paulo — Instituições financeiras reduziram, pela sétima vez seguida, a estimativa para a inflação neste ano. De acordo com pesquisa do Banco Central (BC) ao mercado financeiro, a previsão para a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deste vez, passou de 3,45% para 3,44%, em 2019.

Para 2020, foi mantida em 3,80%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,75%, em 2021, e 3,50%, em 2022.

As estimativas para 2019 e o próximo ano estão abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Quando o Comitê de Política Monetária aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Para o mercado financeiro, a Selic deve terminar 2019 em 5% ao ano. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic de 6% para 5,5% ao ano.

A expectativa do mercado é que Selic voltará a ser reduzida em 0,5 ponto percentual em outubro e permanecerá em 5% ao ano na última reunião do ano marcada para dezembro.

O mercado não espera por alteração na Selic em 2020, com a taxa permanecendo em 5% ao ano. Para 2021, a expectativa é que a Selic termine o período em 6,75% ao ano. Na semana passada, a previsão era 7% ao ano. Para o fim de 2022, a expectativa é que a taxa chegue a 7% ao ano.

Crescimento da economia

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi mantida em 0,87% em 2019.

As estimativas para os anos seguintes também não foram alteradas: 2%, em 2020; e 2,50%, em 2021 e 2022.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar ao fim deste ano subiu de R$ 3,90 para R$ 3,95 e, para 2020, foi mantida em R$ 3,90.

Selic

Os analistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para o juro básico em 2019 e 2020 em 5,00% ao ano, conforme atualização da pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, mas as instituições que mais acertam as previsões cortaram os números, após o BC ter reduzido o juro na semana passada e indicado novos cortes.

O Top 5 de curto prazo diminuiu a previsão para a Selic ao fim de 2019 a 4,75%, pela mediana das estimativas, ante 5,00% na semana anterior. Para 2020, a mediana indica Selic de 4,88%, ante 5,00% na semana anterior.

O Top 5 de médio prazo reduziu o prognóstico de 5,00% para 4,75% tanto para o fim de 2019 quanto de 2020, também segundo mediana das estimativas.

Na quarta-feira da semana passada, o BC cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano (nova mínima histórica) e surpreendeu os mercados pela indicação explícita de novo alívio monetário. Na curva de juros, operadores passaram a ver Selic abaixo de 5% já a partir do fim deste ano.

Na esteira da indicação do BC, várias instituições financeiras reduziram as projeções para o juro básico para abaixo de 5%, como XP Investimentos, Citi, Bradesco, BofA, Santander Brasil, BNP Paribas e Credit Suisse.

O BC divulgará na terça-feira a ata do Copom, na qual detalhará os motivos que levaram ao corte do juro e à indicação de mais afrouxamento monetário.

Outros índices

O Focus também mostrou que a mediana das projeções do IGP-M de 2019 passou de alta de 5,07% para elevação de 5,09%. Há um mês, estava em 5,71%. No caso de 2020, o IGP-M projetado foi de alta de 4,05% para elevação de 4,06%, ante 4,08% de quatro semanas antes.

Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

 

Fonte: exame.abril.com.br

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