Na ONU, a heroína de 11 anos

As mulheres não chegaram aos 34% dos participantes da COP 27, a conferência da ONU sediada no Egito para discutir as desastrosas consequências climáticas de ações humanas sobre o planeta. Um dos maiores destaques do encontro, entretanto, é do sexo feminino. E tem apenas 11 anos: Licyprya Kangujan, uma indiana, ativista ambiental, que, inclusive, confrontou o Ministro de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido, Zac Goldsmith, questionando cara a cara: "Quando o senhor vai soltar os ativistas presos por protestar contra investimentos em petróleo no seu país?" Viralizou na internet, o vídeo em que o ministro tenta fugir da menina, que o segue e insiste na pergunta. Frequentemente mais sensível ao sofrimento humano, "até porque a maioria de nós tem como principal função, cuidar das pessoas e de onde vivemos" - destacou Shirley Krenak, indígena brasileira da nação Krenak de Minas Gerais -, a mulher fez falta ao encontro. "Sempre fomos as guerreiras na defesa do planeta por entender o que significa viver em comunidade. Sem uma representação feminina maior em conferências como esta, será sempre muito mais difícil definir e implementar as decisões e ações de que a Terra tanto necessita."- completou. E a foto inaugural da conferência estampa com clareza o menor peso dado ali, à presença feminina: 110 líderes em foco e somente 10 eram mulheres. Realmente, foi duro chegar às poucas conclusões alcançadas. Por mais urgentes e imprescindíveis que fossem. A prova está no fato de que se fez necessário estender a conferência por mais dois dias, para que os representantes dos 198 países reunidos pela ONU, fechassem o que é qualificado como o maior sucesso da conferência: a criação de um fundo sobre perdas e ganhos - que se refere a novos mecanismos de financiamento para ajudar países em desenvolvimento, vítimas principais das catastróficas consequências das mudanças climáticas impostas, em maioria, pelas nações de maior poder. Trata-se de uma decisão importantíssima e sem precedentes. Mas... seus detalhes ficaram para ser acertados apenas no ano que vem.

Na ONU, a heroína de 11 anos

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