PF faz buscas em imóveis de Aécio e Paulinho da Força em operação que investiga 6 parlamentares

PF faz buscas em imóveis de Aécio e Paulinho da Força em operação que investiga 6 parlamentares

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumprem, nesta terça-feira (11), mandados de busca e apreensão em imóveis de Aécio Neves (PSDB-MG) e da irmã dele, a jornalista Andrea Neves, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Atualmente senador, Aécio termina o mandato neste ano e no próximo assume uma vaga na Câmara dos Deputados.

Também há equipes em endereços do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), em São Paulo. São investigados ainda os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) e os deputados federais Benito da Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).

A operação, chamada de Ross, surgiu a partir de delação de executivos da J&F e apura denúncias de compra de apoio político. Segundo a PF, Aécio Neves comprou apoio do Solidariedade por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Outros partidos também teriam sido beneficiados.

Reprodução/TV Globo

G1 informou por volta das 7h que a PF fazia buscas em imóvel da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ). A parlamentar é investigada no processo. A PF chegou a solicitar buscas em endereço ligado a ela, mas o pedido não foi aceito pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi corrigida às 8h30.

Marco Aurélio também não autorizou buscas nas residências de Agripino, Anastasia, Gama. O ministro negou, ainda, os pedidos para que Aécio, Cristiane, Benito e Paulinho tivessem seus mandatos parlamentares suspensos, fossem obrigados a entregar os seus passaportes e ficassem impedidos de sair de casa à noite, deixar o país e conversar com outros investigados.

Além dos políticos, as buscas miram empresários que são suspeitos de emitir as notas fiscais frias.

Aécio, Paulinho, Agripino, Benito Gama, Cristiane e Anastasia negaram irregularidades, por meio de nota.

Propina de R$ 110 milhões

Os executivos do grupo J&F relataram ao Ministério Público o repasse de propina de quase R$ 110 milhões ao senador Aécio Neves, conforme decisão do STF que autorizou a operação desta terça (11). Suspeita-se que os valores eram recebidos por meio da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.

Segundo a delação dos executivos, Aécio pediu ao grupo o repasse de dinheiro a vários partidos que poderiam fazer parte da coligação na disputa presidencial. Os executivos da J&F montaram um documento chamado “Planilhão de Doações de 2014”, no qual reuniram todos os pagamentos feitos a pedido do senador do PSDB. Cada um deles era marcado com uma cor: azul para aqueles feitos com notas frias, amarelo para repasses em espécie e branco para os “viabilizados mediante lavagem de dinheiro nas doações oficiais”.

Joesley e Ricardo disseram que foram destinados R$ 64,6 milhões ao diretório e candidatos do PSDB. R$ 20 milhões teriam sido repassados ao PTB, mediante intermediação dos deputados Cristiane Brasil e Benedito da Gama Santos, além do tesoureiro do partido, Luiz Rondon. Ao Solidariedade, teriam sido repassados R$ 15 milhões, supostamente por intermédio de Paulinho da Força e Marcelo Lima Cavalcanti.

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