
Prefeitura do Rio anuncia medidas para enfrentar onda de calor.

Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Prefeitura do Rio de Janeiro divulgou neste domingo (16), no Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio), um conjunto de medidas para orientar a população diante da previsão de temperaturas elevadas nos próximos dias. De acordo com o Sistema Alerta Rio, esta segunda-feira (17) e terça-feira (18) podem registrar os dias mais quentes da semana, possivelmente superando o recorde de fevereiro de 2023, quando os termômetros marcaram 41,8°C na estação de Irajá.
Caso a cidade atinja o nível Calor 4, o prefeito Eduardo Paes anunciou ações como a abertura de 58 pontos de resfriamento, pausas para hidratação de trabalhadores expostos ao sol e reforço na estrutura da rede municipal de saúde para atender possíveis casos decorrentes das altas temperaturas. Além disso, a Prefeitura recomenda que a população aumente a ingestão de água, use roupas leves e evite exposição ao sol nos horários mais quentes do dia.
“A ciência nos permite prever os impactos do calor excessivo na saúde das pessoas, que podem, em casos extremos, levar até à morte. O Rio é uma cidade marcada pelos espaços públicos e praias, mas é preciso estar atento aos riscos do calor intenso”, afirmou o prefeito.
A apresentação contou com a presença do vice-prefeito Eduardo Cavaliere, do chefe-executivo do COR-Rio, Marcus Belchior, do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, da secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula, e da meteorologista-chefe do Sistema Alerta Rio, Raquel Franco.
Protocolo de Calor
Desde junho, o COR-Rio monitora os níveis de calor na cidade por meio de uma escala que vai de Calor 1 a Calor 5, considerando temperatura, umidade e previsões meteorológicas atualizadas a cada quatro horas. Nos três primeiros níveis, a Prefeitura adota ações informativas; já no Calor 5, são aplicadas restrições para a realização de eventos na cidade.
O chefe do COR-Rio, Marcus Belchior, destacou que organizadores de eventos já vêm se adaptando ao protocolo, implementando medidas como distribuição de água, protetor solar e uso de aspersores.
Nos primeiros 45 dias de 2025, a cidade esteve 27 dias acima do nível Calor 1, segundo o Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE). Já o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S) apontou que janeiro de 2025 foi o mais quente da história, com temperatura média global de 13,23°C — 1,75°C acima dos níveis pré-industriais. O mês de fevereiro também deve ser um dos mais secos já registrados, com uma média de apenas 0,5 mm de chuva até o momento.
Impactos na Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) detalhou as medidas de assistência e prevenção, incluindo a preparação das unidades de saúde para um possível aumento nos atendimentos relacionados ao calor.
Entre os sintomas mais comuns do calor extremo estão: aumento da frequência respiratória, agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares, fraqueza, tontura, irritabilidade, confusão mental, convulsões, arritmias e até falência renal. Em janeiro, cerca de 3 mil pessoas procuraram emergências da cidade com problemas de desidratação e descompensação de doenças crônicas. Crianças e idosos são os mais vulneráveis, pois têm menor percepção de sede.
A SMS recomenda o consumo frequente de água, uso de roupas leves e evitar exposição direta ao sol nos horários críticos. Em caso de sintomas mais graves, a orientação é buscar atendimento médico.
Carnaval e medidas adicionais
Devido às altas temperaturas, o Carnaval de Rua deste ano impôs novas regras para produtores de blocos, que precisam adotar estratégias para mitigar os impactos do calor. Fiscais da Riotur e da Secretaria Municipal de Ordem Pública estão monitorando o cumprimento das medidas.
Cenário Global
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que os recordes de temperatura vêm sendo quebrados sucessivamente nos últimos anos. Em 2022, o planeta registrou seu quinto ano mais quente da história. Nos anos seguintes, a média global continuou subindo, atingindo 1,45°C acima dos níveis pré-industriais em 2023 e 1,55°C em 2024.
Diante desse cenário, a população precisa se manter informada e seguir as recomendações para minimizar os impactos do calor extremo.
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